sábado, abril 28, 2007

李振藩 CAPITULO L: 3 meses

Acordei hoje a pensar que fez ontem 3 meses que cheguei a Shanghai.

Passados mais de 90 dias, a crença de que as coisas na vida só mudam através de choques profundos é hoje uma convicção inabalável. Palcos ideais para mudar de vida não existem. Durante algum tempo pensei que sim, que havia um conjunto de circunstâncias ideais que num misto de intervenção directa e alinhamento astral seriam criadas. A mesma crença e romantismo com que muita gente joga no Euromilhões e acredita que um dia chega a sua vez. Preferi não esperar pelo meu Euromilhões. Respirei fundo, contei até 3 e segui. E depois de algum tempo para assentar ideias, vivenciar grandes diferenças e criar uma nova rotina, não tenho dúvidas de que estou mais rico.


Amanhã parto para Yunnan, no sul da China.
Se fosse em Portugal estaria provavelmente a pensar meter-me no carro e aguentar 2 horas de fila, até à praia na Costa. Ou se o tempo não ajudasse, talvez ficar em casa sentado no sofá a ver um filme.

Por um não conformismo, aquele abraço a caminho da selva,

HuiYi Si

sexta-feira, abril 27, 2007

李振藩 CAPITULO XLIX: ponto sem nó

Agora sim, percebo: um homem é realmente independente quando cose os botões das suas próprias camisas.

De agulha e linha na mão, sem dedal,

HuiYi Si

quarta-feira, abril 25, 2007

李振藩 CAPITULO XLVIII: fica para a próxima

Mais uns dias e estou de férias. E não, não estou sempre de férias! Mas estes tipos são generosos e só por isso vale a pena viver num país comunista. Chega a semana do 1 de Maio e isso dá direito a uma semana inteirinha. Ser trabalhador assim dá gosto!

Por isso mesmo, e porque quem pára morre, próximo destino: Yunnan, sul da China, junto ao Laos e Vietnam. Promete ser mais um daqueles sítios em que deixo o Photoshop na gaveta.

Quando se faz uma viagem destas, ainda para mais em território desconhecido, com o mínimo de coisas marcadas, há um role de preocupações que nos assolam. A primeira, doenças. E de todas as doenças, malária.
Vim prevenido de Portugal com Malorone, supostamente uns comprimidos que se tomam para a prevenção e tratamento da dita. Como a ida se aproxima resolvi ler a lista dos efeitos secundários. E então é assim:

.cansaço, fraqueza, vertigens ou dificuldade em respirar;
.náuseas ou vómitos, dor de estômago, diarreia;
.perda de apetite;
.inflamação na boca e úlceras na boca;
.dores de cabeça;
.dificuldade em dormir;
.tosse;
.febre;
.reacções alérgicas, incluindo erupções cutâneas, comichão e inchaço,
.queda de cabelo;
.tonturas

E queda de dentes, perda de órgãos, contracção de hepatites, cegueira, surdez, envelhecimento precoce, ataque cardíaco, AVC e escorbuto, não?

Porra, já me estou a imaginar a tomar isto e a vomitar no avião para lá, cair das escadas de saída com tonturas, não conseguir falar durante 1 semana, não pregar olho durante 150 horas, não comer nada e emagracer mais 10kg e ainda ter de pedir para carregarem comigo ao colo.

Férias são férias, não me lixem!
A tentar a sorte, porque o azar é certo,

HuiYi Si

李振藩 CAPITULO XLVII: na lapela e no bolso

(clicar e arrastar o rato por cima desta linha e das imediatamente abaixo)

Camaradas,
a todos um excelente 25 de Abril. Por cá seguimos há mais de 90 dias protegidos pela carapaça da indiferença à censura na TV e nos jornais, ao partido único e aos blogs bloqueados.

Sem medos, com um cravo na lapela e outro de seguran
ça no bolso, com a crença espinhada de que o povo unido jamais será vencido,

HuiYi Si



segunda-feira, abril 23, 2007

李振藩 CAPITULO XLVI: desabafo

Mesmo depois de 3 massagens cardíacas, o meu iPod não reage. Já tentei de tudo e não reage. E agora? Das nove às seis a ouvir a respiração dos colegas do lado?

Perdi um companheiro. Estou de luto.

domingo, abril 22, 2007

李振藩 CAPITULO XLV: 'tico e teco'

Pois é verdade. Um 'tipo' começa a perceber que a falta de dieta mediterrânica lhe está a afectar a cabeça quando tenta abrir um frasco de azeitonas com um 'abre-caricas'. Não são maçarico, mas dá para matar saudades.

李振藩 CAPITULO XLIV: Bruce Lee

Admito facilmente que a inveja é um sentimento feio, mas quando vejo um homem de 75 anos a fazer isto não posso deixar de questionar o ontem, o hoje e o amanhã.
Senhoras e senhores, eis o verdadeiro Bruce Lee.


quinta-feira, abril 19, 2007

李振藩 CAPITULO XLIII: seus piratas!

Embora longe das Caraíbas e sem ligação familiar aparente com o 'Barba Negra', os piratas andam por aqui, à solta. Normalmente barricam-se em lojas de 3 por 3 metros em centros comerciais ou atrás de bancas no meio da rua e escondem-se quando há suspeita de polícia nas redondezas. Polícia que sabe quem eles são, onde estão, o que vendem, quanto 'fazem'. Limitam-se no entanto a aparecer de vez em quando para manter as aparências. A economia paralela 'manda' neste país, empurra-o para a frente e por isso não é conveniente acabar. Camufla-se a taxa e evitam-se alguns milhões em subsídios de desemprego.

Desde piratear roupa, piratear vinho, piratear tecnologia, piratear software, pirateia-se tudo. Piratas à antiga. A escala é de tal forma impressionante, que hoje li um artigo que dizia que a Microsoft vendeu até agora na China 244 cópias licenciadas do novo Windows Vista desde o seu lançamento há umas semanas. Diria que este número é provavelmente bem menos do que já se vendeu em Portugal. E se formos analisar os montantes que colocam na China em publicidade (e que não colocam em Portugal, onde provavelmente o saco do EXPRESSO continua a ser o prioritário), a coisa é claramente agoniante. Para a Microsoft, claro! :)

Então porque é que aqui não vende? Porquê?!? Simples. Porque há milhões de piratas do outro lado, como eu, que não pagam 150 euros se podem pagar 4 e meio.
E assim se vai vivendo.

De espada em riste, pistola no coldre e lenço na cabeça, com as 5 primeiras séries do '24horas' por 2 euros e meio no saco, aquele abraço,

HuiYi Si


quarta-feira, abril 18, 2007

李振藩 CAPITULO XLII: cadeira de baloiço

Ninguém nota se desaparecerem uns milhões de hoje para amanhã. E friamente falando, não fazem falta. Sendo o salve-se quem puder a palavra de ordem neste pais, não há grande preocupação com os outros. Embora um dos últimos redutos comunistas, esta é a realidade. Por isso mesmo os patrões não se preocupam muito com os empregados e os cidadãos uns com os outros, entre si. Segurança é um conceito meio desconhecido por aqui: conduz-se sem cinto e a falar ao telemóvel, sem luzes, passam-se vermelhos descarados. As pessoas empurram-se em todo o lado, como se estivessem a desviar obstáculos do caminho. O lixo impera nas ruas. As datas de validade, há-as aqui e ali.

Hoje à minha frente vi isto. Num 32º andar, talvez a uns 80 metros de altura, vários homens limparam as janelas do Times Square com a mesma calma e tranquilidade com que logo se sentarão à mesa de jantar, apenas a meio metro do chão.


terça-feira, abril 17, 2007

李振藩 CAPITULO XLI: Kekou Kele

Kekou Kele é o nome da Coca-Cola por estas paragens. Mais uma tradução feliz para chinês. Kekou significa saborosa. Kele significa Cola. Talvez a maior marca de sempre para alguns. A invenção do Pai Natal, os autênticos massacres televisivos, com anúncios de 30 segundos em todos os intervalos, 300 e muitos dias por ano, as míticas guerras publicitárias com a Pepsi. Enfim, tudo isto, goste-se ou não, faz desta marca um ícone. Aqui na China, porque não se pode subestimar um público de 1.2 mil milhões de pessoas que adora a Pepsi, inventa-se tudo.
Aqui fica mais uma excelente ideia a aplicar nos muitos pilares 'tagados' da nossa capital.


李振藩 CAPITULO XL: Mongolian Opera

Foi ontem, a minha primeira experiência lírica em Shanghai. No dia anterior surgiu um convite irrecusável para uma primeira visita ao teatro. E naturalmente não podia dizer que não. Em cena, Mongolian Wedding Cerimony. Uma ópera que retrata um casamento tradicional mongol dos tempos do Império. Já tinha em mente aproveitar o facto de estar na China para dar um salto à Mongólia qualquer dia. Acima de tudo porque faz trabalhar o meu imaginário. E também porque apesar de muitas vezes não nos lembrarmos disso, foi ali que nasceu um dos maiores (senão o maior) império de toda a História.

Mas ontem não foi dia de Genghis Khan. Foi dia de rouxinóis.





P.S: sim,isto é a voz duma mulher...inacreditável...

李振藩 CAPITULO XXXIX: your next holidays

Ando a pagar essa treta com os meus impostos. É a boca do costume. E é verdade. Cada um de vocês, caros contribuintes, está a pagar esta minha estadia na China. O mal dos impostos na 'nossa terra' é que, normalmente, é difícil ver para onde vão. Estes pelo menos vocês sabem. Estão a ser investidos no 'je'. Bem ou mal, estou a tratar de dar um pouco em troca. Porque a grande diplomacia, não duvidem, não é feita pelos embaixadas ou pelos consulados. É feita no 'um para um'.
Ao meu lado trabalha um indiano, um franco-japonês e um neo-zelandês. Nenhum deles conhece Portugal. Levaram hoje com este link no mail, com o subject assertivo your next holidays, para nem sequer terem hipótese de retorquir. À primeira vista, ficaram impressionados. E parece que a coisa resultou, porque quando cheguei do almoço tinha 3 ou 4 folhas impressas em cima da minha mesa, tiradas da net, com preços de voos da AIR NEW ZEALAND para Maio. Acabei de espreitar pelo canto do olho e agora está o indiano num site à procura de voos para Lisboa e de carros no rent-a-car.

Por agora vou continuar aí pelo corredor a propagandear, a ver se ganho 'quota de férias'. E a ver se arranjo aí um gabinete no consulado.
Vocês por aí vão preparando o peixe fresco, os pastéis de Belém e o vinho tinto.

Vou-vos mantendo a par.
Aquele abraço,

HuiYi Si

http://travel.nytimes.com/2007/04/01/travel/01next.html

sexta-feira, abril 13, 2007

李振藩 CAPITULO XXXVIII: carta aberta

Sanya, 7 de Abril de 2007

Camaradas,

aterrei em Hainan. Uma ilha ao largo do Laos. Disseram-me que era China, mas é Rússia. Letreiros em russo, menús em russo, empregados de hotel que falam russo, russas por todo o lado. Uma confusão trotskista por assim dizer. Cheira a vodka e a bife tártaro. O tempo está bom, 30ºC de dia, 20 e poucos de noite. Mangas curtas, calçonete, chinelo no pé e praia à vista. Já tinha saudades do mar e do "papo para o ar". Areia branca, fina e limpa, mar azul a dar para o transparente, ondas a fazer lembrar a Costa e cheiro a fazer lembrar o Guincho. Falta só a sardinha a trotear no carvão, a língua da sogra e o gelado da Olá. Uma bola de futebol pendurada no kiosk de madeira chama por 8 pés, mortinha por ser chutada.

Entretanto passou um dia. E de branco passei a vermelho. Mesmo com creme! Não ouvi os conselhos de quem me disse que o sol no Sudeste Asiático é o mais forte de todos. Mas quem vai à guerra dá e leva e por isso a vingança está para chegar, com um bronze dos antigos.

Podem não acreditar, mas descobrir um rodízio brasileiro com caipirinha em Hainan é a cereja no topo do bolo. Enquanto durar estamos felizes. Já se fala português com sotaque, discute-se o Felipão, a zaga do Brasil e o toque de bola do Cristiano. A tropa agora são 5 e a noite promete.

Abri os olhos e aterrei em Hainan. Fechei os olhos e sem dar por isso já regressei.

Aquele abraço ainda com areia nos ouvidos,

HuiYi Si

quinta-feira, abril 12, 2007

李振藩 CAPITULO XXXVII: por aqui

"A equipa de basquetebol da China está a efectuar quatro dias em manobras militares, isto a menos de 500 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, refere hoje a imprensa local.

Todos os membros da equipa têm de participar nos treinos militares para criarmos uma maior união no grupo, disse Hu Jiashi, subdirector da Associação Chinesa de Basquetebol.

As manobras militares começaram com os jogadores e a equipa técnica a assistirem ao içar da bandeira na praça de Tiananmen, tal como aconteceu antes do Mundial de Basquetebol, que teve lugar no Japão.

Ao contrário do que então sucedeu, os membros da comitiva não vestiram uniforme militar porque não houve tempo para confeccionar os fatos, apresentando-se com roupa desportiva.

Depois dos quatro dias de prática militar, a selecção chinesa vai, então, regressar aos treinos nos pavilhões."

in Jornal Record, 12 Abril 2007

quarta-feira, abril 11, 2007

李振藩 CAPITULO XXXVI: som de Shanghai

Acabei de chegar do almoço. Comi por 1.5eur. Bem bom, uma tasca coreana. Definitivamente gosto de tudo menos de comida chinesa. Agora vem a dolorosa, quando chego ao Starbucks para um café e um tiramisú. 4.5euros! Embrulha!...que é para levar e comer lá em cima.

Uma voz suspeita ecoa das colunas do centro comercial. Voz que canta, envolve a esplanada e o primeiro andar da Times Square. São os Madredeus. Não sei se alguém além de mim conhece. Mas sei que continua a chegar mais gente.

李振藩 CAPITULO XXXV: preto e branco

Sao 5h40 da manhã. Apesar do sono profundo e do quarto quase fechado, ouço um 'bater na porta' mas ignoro. Não sei quanto tempo passou porque entretanto recoei para o sono que me trazia desde a 1h. Tornou-se mais intenso aquele rufar até que passou à campainha.

Porra, a estas horas?

Ainda pensei que fosse o Alves porque me deitei há pouco e ainda não tinha chegado. Talvez se tivesse esquecido da chave, mas se fosse o caso, ia 'levar nas orelhas'. Abri a porta e era um dos seguranças lá de baixo da entrada. Não fala uma palavra de inglês, o meu chinês a estas horas está dormente e por gestos nem entendi o que queria. Talvez tivesse soado o alarme em algum dos apartamentos e andasse àquela hora a correr as capelinhas a ver qual deles tinha sido. Sem um desculpem lá porque vos incomodei, é tarde, eu sei, mas é o meu trabalho e peço desculpa novamente e espero que não se repita senão vocês fazem-me a folha, virou as costas e foi ao próximo.

São 9h40. O metro para em Lujiazui e em apenas 3 segundos fica vazio e cheio novamente, tipo síndrome 'do último dia da EXPO'. Os lugares são comidos instantaneamente. Já nem me mexo, vou sempre de pé, para evitar umas cotoveladas e umas pressões nos pés. Num gesto que acredito irreflectido, levanta-se um chinês de trinta e poucos e cede o seu lugar a uma senhora, da mesma idade, que ia encostada à porta. Um acto de romantismo? Um gesto de simpatia? Uma paragem cerebral?

Afinal de contas, que país é este? Tem forma de segurança ou de viajante de metro?

sexta-feira, abril 06, 2007

李振藩 CAPITULO XXXIV: vale tudo

Depois de algum tempo a trabalhar como marketeer em Portugal, é interessante ver como diferentes povos reagem a diferentes estímulos. Em Portugal só vemos preço à frente. Promotoras a fazer experimentação já viveram melhores dias e hoje foge-se delas como o diabo da cruz. Sempre achei que promoção e circo deveriam estar mais próximos, porque afinal de contas há que envolver o consumidor.

Foi isso que os chineses descobriram primeiro que nós. Que não há tempo nem espaço certo para fazer promoção. E num país onde o salve-se quem puder é regra de ouro, vale tudo...mesmo tudo.

quinta-feira, abril 05, 2007

李振藩 CAPITULO XXXIII: de boca aberta!

Gostos não se discutem.

Aliás, há quem diga que se discutem, que se educam e até que se impõem.
Aqui na China, numa atitude claramente etnocêntrica, já por várias vezes discuti o mau gosto chinês: não há preocupação funcional, muito menos estética. O que safa a coisa é que há tantos estrangeiros na China que a oferta europeia é bem variada e se me apetecer fugir para alguma coisa mais nórdica não há crise. Mas acima de tudo, ou é o espaço que "não me puxa", ou os fumos do restaurante que não são ventilados ou a cadeira que é pouco ergonómica. Talvez seja esquisitice minha, mas é certo que vinha bem habituado.

Tinha-me vindo a aperceber ultimamente que a nossa rua andava em obras. Os tapumes indiciavam que alguma coisa iria aparecer ali por trás. A probabilidade de um restaurante era enorme. Ou de uma mercearia. Até de uma lavandaria, ou de uma casa de jogo. Mas não.

Abriram um dentista. Mas como é que eu sei que é um dentista se a única coisa que identifica um dentista é normalmente uma placa a dizer 'clinica dentária' ou coisa do género? Pois bem, neste caso não podia ser mais explicito. Paredes de vidro, a cadeira do 'coitado' virada para a rua (qual animal de zoo), boca aberta à mercê do médico e matinée à mercê de quem por ali passe.

Só ainda não tirei uma fotografia porque o vidro está salpicado de água e de elixir...

segunda-feira, abril 02, 2007

李振藩 CAPITULO XXXII: da minha língua vê-se o mar

'Tou focado!
Pus na cabeça que não saio daqui sem falar chinês. Sei que não vai ser fácil. Mas ultimamente tenho-me apercebido que isto é uma língua com lógica. Valha-nos isso! Afinal de contas bicicleta (zì xíng chë) significa "carro movido por mim" e táxi (chüzü chë) "carro de aluguer". Os caracteres são outra dor de cabeça. Supostamente são evoluções de desenhos milenares. Rebuscados diria. Mas eles parecem conseguir ver desenhos naquilo. Hoje aprendi como se escreve casa: é um caractér combinado de "telhado" e "porco". Depois daquilo que vi por aqui, não podia estar mais apropriado.

Sempre ouvi dizer que mais perigoso do que um louco, só um louco com um objectivo. O objectivo está claro. E já estou maluco com isto...

李振藩 CAPITULO XXXI: endireita!

Acontece às 7h30 da manhã aqui em frente ao prédio. Às 9h30 na People's Square. Ao fim-de-semana aí pelos parques da cidade. Em qualquer lado a qualquer hora, haverá pelo menos um. É vê-los homens, mulheres, míudos e graúdos, velhos até ("idoso" aqui dava-lhes um ar demasiado frágil, caquético até) em movimentos síncronos, a fazer lembrar os idos heróis de Shaolin. Isto sim é taichi à séria. Isto sim é a razão porque aqui os velhos se movimentam sem precisar de ajuda, não há cá reumáticos nem artrites. Assim se contorcem, vivem até aos 100.