domingo, fevereiro 04, 2007

李振藩 CAPITULO VII: vida ou morte

Em Sha Sheng trabalha-se. Durante o dia. É uma mistura cultural impressionante: ao meu lado um australiano e um sul coreano. À minha frente uma japonesa.
Não há grande preocupação com a integração. Alguma frieza cultural, própria dos asiáticos, talvez misturada com algum desleixo e egoísmo deixa-nos um pouco ao abandono. Hoje, mais do que nunca, sei: em Portugal, sabemos receber. Acima de tudo, fazemos alguma questão em que as pessoas com quem trabalhamos se sintam bem. Cá não. É um pouco o safe-se quem puder.

As coisas só mudam com o natural relaxamento provocado por dois copos de vinho à refeição ou pelo início do karaoke. Alinhei, nos dois. Mas antes disso, tivemos direito a uma actuação, em palco. Soube que ia participar 1 hora antes. Parece que havia um guião, que pretendia passar alguns dos valores da nova empresa pós-fusão. São os típicos exercícios de integração e socialização, para que as 2 culturas, tão diferentes, se possam esbater. Em Portugal, seria uma "palhaçada", no bom sentido da palavra. Galhofa, gozação, uns grupos a boicotarem outros, no bom espírito lusitano. Aqui é questão de vida ou morte. Se há coisa que um chinês honra são estas provas de grupo. É essencial provar-se quem tem valor e quem não tem. O grupo que acabou por ganhar era o único composto totalmente por chineses. Com direito a dança do dragão, artes-marciais, taishi, tudo minuciosamente preparado. Diria que pelo menos uma semana e uns bons milhares de euros em adereços. Contra o nosso zero-budget e meia hora de ensaio, entre duas mesas de jantar. Meto o barrete na cabeça e há que entrar em palco.
3...2....1....go go go, gritou o francês.


Tudo a postos. Logo as 8h, para comecar o dia em grande.

Ao final da tarde, as actuacoes.

O meu grupo em accao.

Os chineses da Shanghai Bell nao facilitaram. Era mesmo para ganhar!

Eu, o meu novo chefe e um dos elementos femininos do grupo

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