Se és bom garfo, esquece a comida chinesa. É a primeira grande lição que tiro destas 3 semanas. Sabia que os cozinhados da mamã me iam fazer muita falta por estes lados, mas nunca imaginei que tanto. A comida é gordurosa. Muitas vezes não sei o que estou a comer. Como gato por lebre, sem dúvida, mais vezes do que gostaria. Primeiro foi a galinha crua (ainda vá que não vá). Na semana passada, ou muito me engano, ou comi cão. Tentaram convencer-me que era carne de vaca. Já comi vaca do Açores, picanha do Brasil e ojo de bife argentino, mas como aquilo nunca. Também por 50cêntimos não posso pedir do Pujadouro. Outro dia, à saída da Disco, arrisquei numa roulotte de Shanghai. Umas banquinhas na rua, umas velhotas simpáticas com um assador improvisado, e umas espetadas no carvão. Porco, disseram. Gato por lebre. No dia seguinte abro uma revista e lá vinha: "a maior parte das espetadas que se vendem em Shanghai na rua são de rato".
Mas não me posso queixar. Pelo menos tem sido gastronomia diversificada.
Mas ontem foi tirar a barriga de misérias. Eram 21h. Entro no Latina, rodízio brasileiro. Caipirinhas, picanha, maminha, feijoada e arroz à descrição, com sabor a samba.
Sambinha para tirar o pé do chão.
Sem medos, Gago a assumir o microfone.