quinta-feira, março 01, 2007

李振藩 CAPITULO XVII: volta

Uma semana depois volto a abrir a porta de casa. O fogo de artifício lá fora, que ininterruptamente ecoa da Nanjing Lu, grita as boas vindas.

Entro no quarto e pouso a mochila que durante esta nómada semana foi a minha fiel companheira. Encosto-me na cama e novamente esta vista magnífica toma conta do meu tempo. Tudo está na mesma e isso agrada-me. De repente, batidas estranhas, na tal gaveta onde fechei a cópia pirata para que a asfixia tomasse conta dela. Pelo arfar que se ouve, não dura nem mais 5 minutos. Ligo o cronómetro do relógio, quase em jeito de aposta. "Eu" contra "eu", para ver quem ganha.

Depois desta semana de viagem, e neste preciso momento, há uma imagem que palpita: a dos cadeados que vi num dos primeiros dias, em Leshan. Um após o outro, mais pequenos ou maiores, há os pobres e os "artilhados". Somam milhares que ao longo das infindáveis escadas se prendem, até chegarmos ao Buddha que, lá em cima nos recebe, depois de selarmos a relação com ele.

Num gesto irreflectido, puxo um, aceitando que me poderá dar jeito se a cópia do Photoshop continuar a insistir em respirar quando chegar. Mas o cadeado não se soltou.

Mas a cópia não sobreviveu.


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