quinta-feira, maio 17, 2007

李振藩 CAPITULO LVII: já era

A publicidade que tinha andado aqui a fazer pelos corredores há uns tempos atrás acho que foi 'beliscada' pelos recentes casos que vão torneando o nosso miserável pais.

Primeiro o caso do Engenheiro, que não interessa a ninguém. Falou-se tanto sobre isso que mesmo quem não percebe a língua de Camões acaba por ouvir e ver a mesma imagem e os mesmos tópicos tantas vezes que acabam a perguntar-me o que é que se passa. E interiormente devem questionar-se ou que raio de país terceiro-mundista é este onde o facto de o PM não ter a licenciatura o torna pior governante ou que raio de país é este onde não há nada mais urgente para discutir. Quer queiramos quer não isto faz esmorecer a vontade de quem pretende ter umas férias em Portugal.

Depois disso, vem agora a estória da Madeleine, raptada no Algarve. Grande propaganda que eu fiz ao sul do país! Boas praias, excelente comida, irrepreensível hospitalidade. Desta vez nem foi preciso abrir sites portugueses. A noticia estava escancarada em todos os jornais - não chineses, porque por cá pedofilia 'não existe' - franceses, italianos, ingleses, enfim, em todo o lado. A acrescentar a isto, toda a propaganda fanática sem sentido que se faz à volta do caso, programas sem fim, apelos, ligações em directo, estrelas a reunir dinheiro, enfim, uma verdadeira tristeza. Assim se transforma um caso num reality show e se perdem alguns turistas para o verão.


Numa tentativa remediada de inverter a situação, hoje ao almoço provoquei o Kenji. Então diz-me lá meu amigo, qual é o caso do momento no Japão? O homem pensou, pensou, pensou e nada... Ao fim de 5 minutos, quando a conversa já era outra, disse-me: O último foi aquele de que te falei há 2 meses, sobre o presidente da câmara que foi assassinado pela máfia. Sim, é serio. Mas no dia seguinte já nem se escrevia ou falava disso, porque é bem mais interessante um país falar de cultura, de gastronomia, de viagens ou de história do que 'não-casos'. Ainda me lembro, quando o tipo foi assassinado, discutia-se em Portugal o caso OTA. Depois disso, parece que passaram anos, já perdi a conta às 'novelas' que começaram...

Bem tento fazer alguma coisa por Portugal. Mas Portugal não deixa.