Há factos que ocorrem de forma tão cosmicamente espaçados que o podermos presenciar é desde logo uma benção. Estou a falar de coisas como estarmos por exemplo na mesma sala no exacto momento em que alguém ganha o Euromilhões, olharmos para o céu no preciso momento em que um OVNI se avista ou, para os mais crentes, encontrarmos a Nossa Senhora em Fátima e sermos um dos pastorinhos.
Sinto-me um privilegiado por ter assistido a um destes momentos, embora exponencialmente mais estúpido. A estória é curta e recente. Sexta-feira da semana passada, condomínio One Park Avenue (onde vivemos), aí pelas 21horas. Eu, Alves e 3 amigas que estão de visita, em direcção à saída para apanharmos um táxi que nos levasse ao Shintori (um Sr. restaurante japonês, para alguns o melhor espaço em Shanghai). Estamos aí a uns 10m da cancela da entrada e duas chinesas vêm a entrar. No preciso momento em que uma delas passa por baixo da cancela - no momento aberta porque tinha acabado de passar um táxi - esta fecha-se e acerta precisamente no cocoruto da cabeça da jovem. Obviamente deixou marcas (nada de mais presumo, um galo ou dois para recordação da semana). Ela lá esbraçou, chamou uns nomes aos seguranças, eles como chineses que são nem ligaram muito, mas a verdade é que o momento fez o nosso dia (acho que posso falar por todos).
O extraordinário da estória não é obviamente a cancela ter-se fechado. Acredito que acontece umas boas centenas de vezes por dia. Mas o ter-se fechado precisamente no momento em que a jovem passa por baixo, naquele nanosegundo em que nem o segurança se apercebe a tempo para a recolher nem ela para se desviar, naquele micro-centrímetro - porque um para a esquerda ou um para a direita e nada aconteceria - e no micro-momento em que nós estamos a passar por elas, é cosmicamente improvável.
Como diria Richard Feynmann, a "probabilidade de encontrar a pessoa que acabou de passar por mim em Tokyo, naquela loja, naquela rua, naquele momento, é extraordinariamente baixa. Tudo depende da forma como olhamos para o acontecimento". Talvez seja isso. De qualquer forma, aqui segue o abraço do costume de alguém cuja existência era cosmicamente improvável há quase 27 anos.
Aquele abraço, de cancela aberta,
HuiYi Si
Sinto-me um privilegiado por ter assistido a um destes momentos, embora exponencialmente mais estúpido. A estória é curta e recente. Sexta-feira da semana passada, condomínio One Park Avenue (onde vivemos), aí pelas 21horas. Eu, Alves e 3 amigas que estão de visita, em direcção à saída para apanharmos um táxi que nos levasse ao Shintori (um Sr. restaurante japonês, para alguns o melhor espaço em Shanghai). Estamos aí a uns 10m da cancela da entrada e duas chinesas vêm a entrar. No preciso momento em que uma delas passa por baixo da cancela - no momento aberta porque tinha acabado de passar um táxi - esta fecha-se e acerta precisamente no cocoruto da cabeça da jovem. Obviamente deixou marcas (nada de mais presumo, um galo ou dois para recordação da semana). Ela lá esbraçou, chamou uns nomes aos seguranças, eles como chineses que são nem ligaram muito, mas a verdade é que o momento fez o nosso dia (acho que posso falar por todos).
O extraordinário da estória não é obviamente a cancela ter-se fechado. Acredito que acontece umas boas centenas de vezes por dia. Mas o ter-se fechado precisamente no momento em que a jovem passa por baixo, naquele nanosegundo em que nem o segurança se apercebe a tempo para a recolher nem ela para se desviar, naquele micro-centrímetro - porque um para a esquerda ou um para a direita e nada aconteceria - e no micro-momento em que nós estamos a passar por elas, é cosmicamente improvável.
Como diria Richard Feynmann, a "probabilidade de encontrar a pessoa que acabou de passar por mim em Tokyo, naquela loja, naquela rua, naquele momento, é extraordinariamente baixa. Tudo depende da forma como olhamos para o acontecimento". Talvez seja isso. De qualquer forma, aqui segue o abraço do costume de alguém cuja existência era cosmicamente improvável há quase 27 anos.
Aquele abraço, de cancela aberta,
HuiYi Si
1 comentário:
27 anos fazes quase tu,,,, nao ta esquecido !!
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