Vida de peão é difícil em Shanghai. Porque o peão é o elo mais fraco. Estar sinal verde ou vermelho é quase indiferente. Passadeiras existem, mas de pouco servem. As motas que, como se imagina são aos milhões, funcionam quase sempre a electricidade e por isso não fazem barulho, o que aconselha a que não se desvie o olhar da estrada, mesmo que seja só por 5 segundos. À noite, muitos veículos andam sem luzes.
Já andava um bocado farto de estar no final da cadeia e resolvi mudar alguma coisa. Terça-feira, depois de sair do emprego pus-me a caminho de uma loja de bicicletas. Havia muito material por onde escolher mas com 300RMB (30eur) apostei numa típica pasteleira chinesa: com campaínha, cesto e cadeado. De fato e gravata, pus-me a caminho de casa na minha nova companheira, pelas ruas apinhadas de Shanghai. Por entre milhares de carros, milhares de pessoas e milhões de bicicletas cheguei finalmente perto de casa. Só faltava atravessar por baixo do viaduto e mais 2 minutos para a Qing Dao Lu.
Um apito estridente acompanhado de um grito fez-me soluçar. Era um polícia! Stop, stop! Já com um livrinho de multas na mão, dirigiu-se rapidamente na minha direcção. Com 20% de inglês e 80% de chinês lá nos entendemos. Ao que parece não posso andar de bicicleta em cima do passeio. No mínimo uma explicação inconsequente, porque vejo diariamente centenas de bicicletas e motas em cima de tudo e mais alguma coisa. 5 RMB, paguei eu de multa. Sim, 50 cêntimos de euro. Ridículo!
Pus-me novamente a caminho, agora de mão dada com a minha pasteleira, até o polícia desaparecer da vista. Até casa vi pelo menos mais 5 operações stop deste género, num misto de caça à multa e operação stop. Por estranho que pareça, isto faz-me sentir mais perto de Portugal. Mas desde então pouco mudou. Continuo sem luzes, ando em estradas proibídas, por cima do passeio e nas barbas da polícia. 5RMB de cada vez não me mete medo.
Acima de tudo, sinto-me bem por já não pertencer ao fim da cadeia.
Já andava um bocado farto de estar no final da cadeia e resolvi mudar alguma coisa. Terça-feira, depois de sair do emprego pus-me a caminho de uma loja de bicicletas. Havia muito material por onde escolher mas com 300RMB (30eur) apostei numa típica pasteleira chinesa: com campaínha, cesto e cadeado. De fato e gravata, pus-me a caminho de casa na minha nova companheira, pelas ruas apinhadas de Shanghai. Por entre milhares de carros, milhares de pessoas e milhões de bicicletas cheguei finalmente perto de casa. Só faltava atravessar por baixo do viaduto e mais 2 minutos para a Qing Dao Lu.
Um apito estridente acompanhado de um grito fez-me soluçar. Era um polícia! Stop, stop! Já com um livrinho de multas na mão, dirigiu-se rapidamente na minha direcção. Com 20% de inglês e 80% de chinês lá nos entendemos. Ao que parece não posso andar de bicicleta em cima do passeio. No mínimo uma explicação inconsequente, porque vejo diariamente centenas de bicicletas e motas em cima de tudo e mais alguma coisa. 5 RMB, paguei eu de multa. Sim, 50 cêntimos de euro. Ridículo!
Pus-me novamente a caminho, agora de mão dada com a minha pasteleira, até o polícia desaparecer da vista. Até casa vi pelo menos mais 5 operações stop deste género, num misto de caça à multa e operação stop. Por estranho que pareça, isto faz-me sentir mais perto de Portugal. Mas desde então pouco mudou. Continuo sem luzes, ando em estradas proibídas, por cima do passeio e nas barbas da polícia. 5RMB de cada vez não me mete medo.
Acima de tudo, sinto-me bem por já não pertencer ao fim da cadeia.
A minha pasteleira em repouso.