sexta-feira, abril 13, 2007

李振藩 CAPITULO XXXVIII: carta aberta

Sanya, 7 de Abril de 2007

Camaradas,

aterrei em Hainan. Uma ilha ao largo do Laos. Disseram-me que era China, mas é Rússia. Letreiros em russo, menús em russo, empregados de hotel que falam russo, russas por todo o lado. Uma confusão trotskista por assim dizer. Cheira a vodka e a bife tártaro. O tempo está bom, 30ºC de dia, 20 e poucos de noite. Mangas curtas, calçonete, chinelo no pé e praia à vista. Já tinha saudades do mar e do "papo para o ar". Areia branca, fina e limpa, mar azul a dar para o transparente, ondas a fazer lembrar a Costa e cheiro a fazer lembrar o Guincho. Falta só a sardinha a trotear no carvão, a língua da sogra e o gelado da Olá. Uma bola de futebol pendurada no kiosk de madeira chama por 8 pés, mortinha por ser chutada.

Entretanto passou um dia. E de branco passei a vermelho. Mesmo com creme! Não ouvi os conselhos de quem me disse que o sol no Sudeste Asiático é o mais forte de todos. Mas quem vai à guerra dá e leva e por isso a vingança está para chegar, com um bronze dos antigos.

Podem não acreditar, mas descobrir um rodízio brasileiro com caipirinha em Hainan é a cereja no topo do bolo. Enquanto durar estamos felizes. Já se fala português com sotaque, discute-se o Felipão, a zaga do Brasil e o toque de bola do Cristiano. A tropa agora são 5 e a noite promete.

Abri os olhos e aterrei em Hainan. Fechei os olhos e sem dar por isso já regressei.

Aquele abraço ainda com areia nos ouvidos,

HuiYi Si

1 comentário:

Anónimo disse...

Da próxima vez que te apanhares em terras lusas nunca mais queres sair! pelo menos durante muito tempo (aí uns 15 dias!!!).
Grande abraço e continua a deliciar-nos com as tuas historias.
Paulo