Voltei de Yunnan. Desta China, longe dos grandes conglomerados e da azáfama do negócio, esconde-se o começo da civilização. Os putos correm atarantados a fugir de nós. As miúdas escondem-se atrás da banca da mercearia para roubarem os últimos rebuçados da tarde, antes do sol se pôr. Entretanto, no campo a perder de vista, colhe-se o último cesto de vime deste dia. Onde a malária subsiste e a gripe das aves se esgueira, vê-se a mais pura das verdades. Aqui, onde a simpatia é a linguagem universal que nos une, um misto de sorrisos e de inocência vê passar por aqui portugueses. Os primeiros 4 de sempre, posso garantir. Bem longe, na China dos campos, dos riachos sujos onde se lavam as hortaliças, das carroças puxadas por homens e empurradas por miúdos, onde todos ajudam, das moscas que rodeiam as vísceras da galinha para o jantar. Afastados de tudo, nesta China de selva, onde há elefantes escondidos, casas na árvore e macacos a saltar de galho em galho, onde a brisa que chega do Laos e da Birmânia sopra forte, onde os mercados onde tudo se vende são o denominador comum. A China onde os poemas de Li Bai se aprendem aos 5 e se sabem de cor. Onde há coisas que nunca vi.
segunda-feira, maio 07, 2007
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