domingo, janeiro 28, 2007

李振藩 CAPITULO III: Shanghai





A primeira impressão de Shanghai é avassaladora: o céu cor-de-laranja, apocalíptico, é diabólico. Nunca se vê o sol, apenas uma claridade, como se tivéssemos permanentemente os óculos de sol postos. Faz frio. A altura dos edifícios, a fazer lembrar NY, cobre a cidade dum jogo de sombras "chinesas", apenas interrompidas pelos ghettos de casas rasas, de onde ecoa um cheiro a fritos que se entranha na roupa e um sonido constante de entoações estranhas, a fazer lembrar os pregões das nossas feiras. A correria é constante. Bicicletas, motas, taxis, atrelados, da esquerda para a direita, num frenesim idiota e desregrado. Está na moda apitar. Quase estatisticamente posso assegurar que de 2 em 2 segundos se ouve uma buzina. Mas não há gritaria nem insultos quando os carros se entrecruzam na estrada, porque a ordem parece manter-se à custa deste caos de 18 milhões de pessoas. A beleza desta cidade é justamente provocada por esta desordem, que lhe dá uma dinâmica louca e que faz com que às 6 da manhã ainda muita coisa esteja aberta. Para quem tem dinheiro esta é a cidade. Restaurantes de luxo, clubs, lojas das melhores marcas. Para quem não tem também parece ser a cidade, ou pelo menos uma luz de oportunidades - que embora fosca - dá emprego numa cidade que cresce 12% ao ano.

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